Embora cada animal tenha a sua própria personalidade, a hereditariedade é um factor importante no comportamento padrão da raça. O Retriever do Labrador é um animal muito apreciado devido ao seu temperamento bondoso, adaptabilidade a novas situações e inteligência. Qualquer tipo de agressividade por parte do Labrador para com pessoas ou animais é severamente penalizado pelo júri num concurso.

Se deseja adquirir um cão para guarda, não adquira um Labrador, em hipótese alguma. O Labrador é muito dócil e delicado, jamais poderia guardar a propriedade. A maioria dos exemplares da raça recebe os estranhos como “velhos conhecidos”. Alguns ainda chegam a ladrar, se avistam um estranho. Por isso são apenas cães de alerta.
O Labrador é um verdadeiro sofredor de “dependência” do dono. Ele precisa da companhia, pois odeia ficar sozinho. Pensa que foi desprezado, “largado” em casa sem qualquer satisfação. Se está a pensar comprar um exemplar, deve estar disposto a fazer-lhe companhia pela maior parte do dia, ou caso deseje, deixe alguém em casa para cuidar dele enquanto sai. Outra alternativa é ter outro animal para lhe fazer companhia, como outro cachorro ou gato.

A origem do Retriever do Labrador não é claramente definida, mas sabemos que ele veio da costa leste do Canadá na área de Newfoundland e St John’s Island, sendo que essa área se localiza ao sul de Labrador. No início do século 18, pescadores do litoral Atlântico da Europa (nomeadamente Portugueses) iam para Newfoundland pescar e utilizavam o cão local, que parecia ser um cão de mil e uma utilidades: Carregavam lenha no inverno, subiam terrenos onde cavalos não podiam e ajudavam os donos na pescaria durante o Verão. Sem dúvida, os cães levados pelos pescadores de seus países (dos quais, muito provavelmente, o Castro Laboreiro) cruzaram com os cães locais e assim nasceu o Retriever do Labrador. Os pescadores levaram os cães canadenses para a Inglaterra. As notícias da habilidade de “retrieve” (vai buscar) dos cães espalharam-se e os agricultores perguntaram-se se eles seriam bons cães de caça. O labrador veio, foi visto e conquistou. Dentro de um curto período de tempo, essa nova raça foi caracterizada como um cão “retriever” de terra e água e possuidor de um óptimo temperamento. Esses primeiros importadores fizeram um maravilhoso trabalho para nós, deixando forte fundações, mantendo a linhagem pura e criando o padrão da raça, que se alterou pouco até os dias de hoje. No início da criação, nos primeiros 70 anos, existia um acordo entre as famílias nobres da Inglaterra que criavam labradores. Eles acasalavam seus cães, e nenhum exemplar era vendido, e sim trocado entre eles. Acasalavam um cão inteligente com outro inteligente; um de boca doce com um outro de boca doce; etc… Aprimorando e seleccionando a raça ao extremo!
Fizeram então o cão que conhecemos hoje, de temperamento perfeito, inteligente, excelente faro, boca doce, amante da água e companheiro maravilhoso!
Observem como estes cuidados foram importantes para a raça! Se observar uma cria, ainda que pequena, quando começam a brincar, adoram trazer bolinhas, folhinhas, ossinhos para o seu dono!
Então, apesar de o Labrador ter se originado no Canadá, a raça foi moldada, refinada e promovida pelos proprietários de terras ingleses do século 19. Em 1916, foi criado o Primeiro Clube do Retriever do Labrador, para que o puro Labrador fosse promovido.
A maioria dos criadores que conheço resolveu começar a criar, pelo encantamento do temperamento de seu primeiro labrador! Nesse mesmo ano, o novo “Labrador-Club” definiu o primeiro standard e, dois anos mais tarde, o Labrador . que era na altura quase exclusivamente preto – era o cão de caça britânico mais popular. Nas ninhadas dos criadores sempre existiram cachorrinhos amarelos e castanhos, além dos pretos, porém como durante longos anos, se desejava que o “Labrador original” fosse preto, ninguém criava cães de outras cores. Depois da fundação do clube começaram a ser exibidos nas exposições, e não só nos concursos de cães para caça e os poucos amarelos foram também recebidos pelo público de forma muito calorosa tornando-se em breve mais populares que os pretos. Nos anos 30, deram-se igualmente a conhecer os primeiros Labradores castanhos (chocolate). No começo da Segunda Guerra Mundial, finalmente todas as três cores eram do mesmo modo conhecidas e apreciadas na Grã-Bretanha. Enquanto, até hoje, os caçadores preferem como “colaboradores” a variante castanha ou preta, o Labrador de companhia clássico é o amarelo.